quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A história da água engarrafada

            Acabei de assistir a um vídeo sobre “A história da água engarrafada”, e a idéia que tinha de escrever sobre a água e seus desdobramentos, que vão desde questões que envolvem a dinâmica natural, a contaminação da água, até os conflitos entre nações provocadas pela sua escassez fez ressurgir este tema aqui no blog.
          Independentemente do uso que se faça, para abastecimento humano, ou para outros fins, como o industrial, a água que dispomos no planeta, possui limitações e deve ser preservada. Entretanto, não há um consenso entre cientistas e estudiosos do assunto quanto a sua escassez. O que sabemos de concreto é que as quantidades disponíveis de água para o consumo humano são muito reduzidas e com o aumento das diversas formas de poluição reduz-se ainda mais a potabilidade deste item, que é essencial a nossa sobrevivência.


         
        Toda esta limitação desencadeia diversos conflitos entre países que possuem reservas de água reduzidas. Exemplos existem vários, como o caso da Turquia, onde projetos para construção de represas no rio Eufrates levaram o país à beira de um conflito com a Síria em 1998 e a tensão que surgiu entre o Egito e a Etiópia, que reivindica uma parte maior da água “azul” do Nilo, só pra citar alguns casos.
Acrescenta-se a estas questões problemas como a privatização da água, que já acontece em várias regiões do mundo. Na maioria dos casos a privatização aumentou consideravelmente os custos da água, sem necessariamente melhorar os serviços para a população. Um exemplo é a privatização dos serviços de água de Buenos Aires pela empresa Suez, que gerou aumentos sucessivos, superiores a 40%, nas tarifas de consumo.
Em outros países, empresas como a Coca-Cola e a Nestlé aumentam crescentemente a exportação de água engarrafada, pensando unicamente no aumento dos lucros, sem nenhuma preocupação com a população local e com a preservação dos mananciais hídricos existentes. De acordo com Barlow e Clarke (2003) “as receitas anuais da indústria da água chegavam a aproximadamente 40% do setor de petróleo e já eram 1/3 maiores que as do setor farmacêutico em 2000, o que levou alguns analistas a considerarem como o melhor “setor” do próximo século, “um porto seguro para investimento em ações”.
A questão da água ultrapassa a privatização, a “mercantilização” e os conflitos entre nações. A questão essencial para o futuro deste recurso natural é o seu uso adequado, a preservação dos mananciais existentes e o controle da poluição. Se há uma tendência a escassez, isto se refle na falta de gerenciamento e na desigualdade de distribuição entre países "ricos" de água, como o Brasil, daqueles considerados "pobres", como Moçambique.

Abaixo segue o vídeo: história da água engarrafada: